A percepção do controller sobre os fatores de resistência às mudanças nos escritórios de contabilidade

Autores

  • Cristiano Belarmino Universidade Federal Rural de Pernambuco
  • Rezilda Rodrigues Oliveira Universidade Federal Rural de Pernambuco

Resumo

Sabe-se que a cada dia as empresas precisam estar se reinventado. Em busca de melhorias, as mesmas podem enfrentar diversos fatores de resistência às mudanças. Diante do exposto, torna-se importante identificar e analisar cada nível organizacional no qual a resistência tenha gerado obstáculos para que a mudança ocorra de maneira satisfatória. Assim sendo, esta pesquisa objetiva verificar como são percebidos os fatores de resistências à mudança nos escritórios de contabilidade, por parte do controller ou da pessoa que desempenha essa função em tais organizações. Para tal fim, a pesquisa foi realizada em 78 escritórios de contabilidade localizados nas cidades de Jaboatão, Olinda e Recife. Desse modo, foi feito um estudo descritivo-exploratório, sendo que a coleta dos dados ocorreu por meio de levantamento (survey), com um questionário de 38 questões, cujas respostas foram agrupadas segundo a escala Likert de cinco pontos. Nessas três cidades pernambucanas foram obtidos 16 questionários respondidos pelos controllers que colaboraram com a pesquisa. Como resultado, observou-se que os diferentes fatores de resistência à mudança residem mais nos níveis “organizacionalâ€, “funcional†e “grupal†do que propriamente no nível do “individualâ€, sendo este ponto aquele no qual o controller precisa dedicar mais atenção. Entende-se, por fim, que as concordâncias totais ou parciais às possibilidades de mudança, tais como foram apresentadas na pesquisa, merecem ser consideradas pelos gestores para se evitar ou minimizar reações contrárias aos processos de mudanças dentro das organizações.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Cristiano Belarmino, Universidade Federal Rural de Pernambuco

Mestre em Controladoria pela UFRPE.

Rezilda Rodrigues Oliveira, Universidade Federal Rural de Pernambuco

Doutora em Ciência Política pela IUPERJ.Â

Referências

AGUIAR, A. B.; GUERREIRO, R. Processos de persistência e mudança de sistemas de contabilidade gerencial: uma análise sob o paradigma institucional. Revista Universo Contábil, v. 4, n. 3, p. 06-24, 2008.

ALMEIDA, P. D. Resistência àmudança organizacional: estudo comparativo entre os fatores que motivam a resistência àmudança organizacional em uma empresa pública e outra privada. 2014. 42 f. Monografia (Especialização) - Curso de Especialista em Gestão Pública, Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR, Itapevi, 2014.

BAPTISTA, R. F. Causas e Gestão da Resistência àMudança Caso da Banca Portuguesa. 2017. 153 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Recursos Humanos, Departamento de Gestão, Universidade de Évora, Évora, 2017.

BERGER, P. L.; LUCKMAN, T. A construção social da realidade. Tratado de sociologia do conhecimento. Petrópolis: Vozes, 2011.

BEUREN, I. M.; DALLABONA, L. F. Presença de mecanismos isomórficos em empresas contábeis. Revista Alcance, v. 20, n. 1, p. 96-116, 2013.

BÉVORT, F.; SUDDABY, R. Scripting professional identities: how individuals make sense of contradictory institutional logics. Journal of Professions and Organization, n. 3, p. 17–38, 2016.

BORTOLOTTI, S. L. V. Resistência àmudança organizacional: medida de avaliação por meio da teoria da resposta ao item. 291 f. Tese (Doutorado) - Curso de Programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção, Centro Tecnológico, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2010.

BORTOLOTTI, S. L. V.; SOUZA JUNIOR, A. F.; ANDRADE, D. F. Resistência À Mudança Organizacional: Avaliação de Atitudes e Reações em Grupo de Indivíduos. In: VIII Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia – SEGET, 2011. Anais... Rezende/RJ, 2011.

BURNS, J.; SCAPENS, R. W. Conceptualizing management accounting change: an institutional framework. Management Accounting Research, v. 11, n. 1, p. 3-25, 2000.

CALIMAN, D. R.; CAETANO, A. M.; FRASSI, L. B.; CASTRO, S. M. Fatores inibidores da institucionalização em um hospital universitário. Revista Eletrônica de Estratégia & Negócios, v. 9, n. 3, p. 54-87, 2016.

CALLADO, A. A. C.; AMORIM, T. N. G. F. Competências da Função de Controller em Hotéis de Grande Porte da Região Metropolitana do Recife. Revista Evidenciação Contábil & Finanças, v. 5, n. 2, p. 57-73, 2017.

CASTEL, P.; FRIEDBERG, E. Institutional Change as an Interactive Process: The Case of the Modernization of the French Cancer Centers. Organization Science, v. 21, n. 2, p. 311-330, 2010.

CHENHALL, R. H. Theorizing Contingencies in Management Control Systems Research. In: CHAPMAN, C. S.; HOPWOOD, A. G.; SHIELDS, M. D. (org.), Handbook of Management Accounting Research, v. 1, n. 6, p. 163-205, 2006.

CRUZ, I.; MAJOR, M.; SCAPENS, R. W. Institutionalization and practice variation in the management control of a global/local setting. Accounting, Auditing & Accountability Journal, v. 22, n. 1, p. 91-117, 2009.

DAMBRIN, C.; LAMBERT, C.; SPONEM, S. Control and change — Analysing the process of institutionalization. Management Accounting Research, v. 18, p. 172–208, 2007.

DELLA GIUSTINA, K. A. Efeito do Isomorfismo Institucional no Desenho do Sistema de Controle Gerencial. 73 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Contabilidade, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2020.

DiMAGGIO. P. J.; POWELL, W. W. A gaiola de ferro revisitada: isomorfismo institucional e racionalidade coletiva nos campos organizacionais. Revista de Administração de Empresas, RAE, v. 45, n. 2, p. 74-89, 2005.

ELIAS, S. M. Employee Commitment in Times of Change: Assessing the Importance of Attitudes Toward Organizational Change. Journal of Management, v. 35, n. 1, p.37-55, 2007.

FLEURY, A.; FLEURY, M. T. L. Estratégias empresariais e formação de competências: um quebra-cabeça caleidoscópico da indústria brasileira. São Paulo: Atlas. 2004.

FREIRES, D. A. N. FREIRES, D. A. N.; GOUVEIA, V. V.; BORTOLOTTI, S. L. V.; RIBAS, F. T. T. Resistência àMudança Organizacional: Perspectiva Valorativa e Organizacional. Psico, v. 4, n. 45, p. 513-523, 2014.

FUERTES, I. Towards harmonization or standardization in governmental accounting? The international public sector accounting standards board experience. Journal of Comparative Policy Analysis, v. 10, n .4. p. 327-345. 2008.

GEORGE, J. M.; JONES, G. R. Towards a Process Model of Individual Change in Organizations. Human Relations, v. 54, n. 4, p. 419-444, 2001.

GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 2008.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2002.

RINCÓN-SOTO, C. A.; GÓMEZ-VILLEGAS, M. El isomorfismo institucional en la adopción de las IPSAS. Cuadernos de Administración, v. 36, n. 68, p. 204-218, 2021.

GREENWOOD, R.; HININGS, C. R.; SUDDABY, R. Theorizing change: the role of professional associations in the transformation of institutionalized fields. Academy Of Management Journal, v. 45, n. 1, p.58-80, 2002.

GUERREIRO, R.; PEREIRA, C. A.; REZENDE, A. J. Em busca do entendimento da formação dos hábitos e das rotinas da contabilidade gerencial: um estudo de caso. Revista de Administração Mackenzie, v. 7, n. 2, p. 78-101, 2006.

HASSAN, M. K. Management accounting and organisational change: an institutional perspective. Journal Of Accounting & Organizational Change, v. 1, n. 2, p. 125-140, 2005.

HASSAN, M. K.; VOSSELMAN, E. Institutional entrepreneurship in the social construction of accounting control. NiCE Working Paper 10-104, 2010.

HODGSON, G. M. What Are Institutions? Journal of Economic Issues, v. 40, n. 1, p. 1-25, 2006.

JONES, G. R. Organizational Theory, Design, and Change: Text and Cases. New Jersey: Pearson Prentice Hall, 2004.

LAPSLEY, I.; PALLOT, J. Accounting, management and organizational change: A comparative study of local government. Management Accounting Research, v.11, n. 2. p. 213-229. 2000.

LUKKA, K. Management accounting change and stability: Loosely coupled rules and routines in action. Management Accounting Research, v. 18, p. 76–101, 2007.

MARQUES, A. L.; BORGES, R.; MORAIS, K.; SILVA, M. C. Relações entre resistência a mudança e comprometimento organizacional em servidores públicos de Minas Gerais. Revista de Administração Contemporânea - RAC, v. 18, n. 2, p. 161-175, 2014.

MEYER, J. W.; ROWAN, B. R. Institutionalised organisations: formal structure as myth and ceremony. American Journal of Sociology. v. 83, n. 4, p. 340-363. 1977.

OREG, S. Personality, context, and resistance to organizational change. European Journal Of Work And Organizational Psychology, v. 15, n. 1, p. 73-101, 2006.

OYADOMARI, J. C. Uso do sistema de controle gerencial e desempenho: um estudo em empresas brasileiras sob a ótica da VBR (Visão Baseada em Recursos). Tese (Doutorado em Controladoria e Contabilidade) – Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis da FEA/USP, São Paulo, 2008.

OYADOMARI, J. C.; CARDOSO, R. L.; MENDONÇA NETO, O. R.; LIMA, M. P. Fatores que influenciam a adoção de artefatos de controle gerencial nas empresas brasileiras. Um estudo exploratório sob a ótica da Teoria Institucional. Revista de Contabilidade e Organizações, v. 2, n. 2, p. 55-70, 2008.

PECCEI, R.; GIANGRECO, A.; SEBASTIANO, A. The role of organisational commitment in the analysis of resistance to change. Personnel Review, v. 40, n. 2, p. 185-204, 2011.

PRODANOV, C. C.; FREITAS, E. C. Metodologia do trabalho científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. Novo Amburgo: Feevale, 2013.

REIS, L. G. Tendências de Estudos em Contabilidade Gerencial, sob a Ótica da Teoria Institucional. In: PARISI, C.; MEGLIORINI, E. (Org.). Contabilidade Gerencial. São Paulo: Atlas, 2011. Cap. 15. p. 331-446.

RIBEIRO, J. A.; SCAPENS, R. W. Institutional theories in management accounting change. Qualitative Research In Accounting & Management, v. 3, n. 2, p.94-111, 2006.

RIBEIRO, L. S.; LUNKES, R. J.; SCHNORRENBERGER, D.; GASPARETTO, V. Perfil do Controller em Empresas de Médio e Grande Porte da Grande Florianópolis. Revista Catarinense da Ciência Contábil, v. 7, n. 20, p. 57-70, 2008.

SCOTT, W. R. Institutions and Organisations: Foundations For Organisational Science. London: Sage Publication, 1995.

VASCONCELOS, M. L. D.; OLIVEIRA, R. R. Evidências de isomorfismo em atividades realizadas pelo profissional de controladoria nas empresas atacadistas do município de Serra Talhada (PE). Custos e @gronegócio On Line, v. 12, n. 3, p. 329-352, 2016.

VINCENZI, S. L.; MENDES, L. A. C.; GOUVEIA, V. V.; ANDRADE, D. F. Escala de Resistência àMudança (RAM): Construção, Evidências Psicométricas e Versão Reduzida. Psico-usf, [s.l.], v. 21, n. 3, p. 471-486, 2016.

VAN WAGONER, R. J. Influencing the perception of organizational change in community colleges. Community College Journal of Research and Practice, v. 28, p. 715–727, 2004.

VON MUHLEN, A. V.; VESCO, D. G. D.; MEYR, C. E.; GRAPEGIA, A. Z. Isomorfismo Institucional na Contabilidade: uma pesquisa em um escritório contábil. Revista Gestão Organizacional, v. 12, n. 3, p. 141-157, 2019.

WRUBEL, F.; TOIGO, L. A.; LAVARDA, C. E. F. Mudanças nas Rotinas Contábeis: Contradições Institucionais e Práxis Humanas. In: V Congresso Nacional de Administração e Ciências Contábeis, Rio de Janeiro, 2014. Anais... Rio de Janeiro, out. 2014.

Downloads

Arquivos adicionais

Publicado

15/06/2022

Como Citar

Belarmino, C., & Oliveira, R. R. (2022). A percepção do controller sobre os fatores de resistência às mudanças nos escritórios de contabilidade. Refas - Revista Fatec Zona Sul, 8(5), 21–42. Recuperado de https://www.revistarefas.com.br/RevFATECZS/article/view/514

Edição

Seção

Gestão Empresarial

Métricas

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)